Cultura
Realizador do Projeto Instituto Popular do Recôncavo - IPR BAHIA
Mapeamento Cultural de Bom Jesus da Lapa
Cidade do Vale São Franciscano da Bahia situada a 796 km da capital estadual, conhecida como a "Capital Bahiana da Fé",
Descrição do Município
Bom Jesus da lapa é um município brasileiro no interior do estado da Bahia, Região Nordeste do país. Localiza-se a uma distância de 850 km a oeste da capital estadual, Salvador, e 675 km a leste da capital federal, Brasília. Ocupa um área de aproximadamente 4.116 km² e sua população é de 68.168 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sendo então o trigésimo mais populoso do estado e primeiro de sua microrregião.
Com as primeiras visitas à região ainda no século XVI, Bom Jesus da Lapa se desenvolveu por meio de uma gruta localizada dentro de um dos morros que compõem o município. Após o artista plástico português Francisco de Mendonça Mar ter se estabelecido no local como um monge, viajantes e peregrinos visitavam a fazenda Morro, da qual surgiu o município, para procissões e descanso. Grande parte da importância da cidade se deve ao turismo religioso. Bom Jesus da Lapa é sede de uma das principais romarias do Brasil.
A cidade fez parte do território de Paratinga durante mais de cem anos, até que foi elevada à categoria de vila em 1890 e município em 1923. Localizada na transição entre o cerrado e a caatinga, com clima semiárido, Bom Jesus da Lapa é banhada pelo Rio São Francisco. A sede do município possui uma temperatura média anual de 25,4 graus centígrados. O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo dados de 2010, é de 0,633, considerado médio pela Organização das Nações Unida (ONU). O município é servido pelas rodovias federais BR-349 e BR-430, além das estaduais BA-160 e BA-161. Também conta com um aeroporto de porte regional.
Desenvolvimento Humano (IDH), segundo dados de 2010, é de 0,633, considerado médio pela Organização das Nações Unida (ONU). O município é servido pelas rodovias federais BR-349 e BR-430, além das estaduais BA-160 e BA-161. Também conta com um aeroporto de porte regional.
Da Emancipação Aos Dias Atuais
Da colonização à emancipação
Graças às constantes peregrinações que se transformaram em grandes e permanentes romarias de fiéis ao Santuário do Senhor Bom Jesus, o povoado foi se desenvolvendo, transformando-se em vila em 18 de setembro de 1890, por meio de um decreto estadual feito por Virgílio Clímaco Damásio, o governador do estado da Bahia naquela época. No mesmo decreto, foi determinada a criação do distrito de Sítio do Mato e Lapa, além da separação do Município de Santo Antônio do Urubu de Cima, atual Paratinga, de Bom Jesus da Lapa. A instalação da nova vila se deu em 7 de janeiro de 1891.
Em 1923, o governador da Bahia em exercício, José Joaquim Seabra, determinou, pelo Decreto nº 1.682, de 31 de agosto, a elevação de Bom Jesus da Lapa à categoria de cidade. Em 1930, mais de 60 mil pessoas visitavam a cidade por ano.
Em 1931, o nome da cidade foi mudado para Lapa e, dois anos depois, o distrito de Sítio do Mato é criado. Mas a mudança de nome não durou por muito tempo e, em 22 de junho de 1935, por meio do Decreto Estadual nº 9571, o nome da cidade volta a ser Bom Jesus da Lapa. Em 1953, foi criado o distrito de Gameleira da Lapa.
Embora a emancipação tenha ocorrido no final do século XIX, até a década de 1960 o município apresentou um crescimento populacional lento. Um dos motivos se deu por conta da pouca integração entre cidades do litoral, como a capital Salvador, com o oeste baiano. A partir desta época, a ocupação se fez mais efetiva em Bom Jesus da Lapa, além de outras cidades, como Santa Maria da Vitória e Barreiras.
É a partir da década de 1980 que Bom Jesus da Lapa passa a receber maior infraestrutura e a condição de transporte dos romeiros também melhora. Na época, o Governo Federal, juntamente com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), implanta o Projeto Formoso, com o qual pretendia-se aumentar a produção de agricultura.
Em 1990, a Ponte Gercino Coelho é criada. A nova construção favoreceu a ligação do município com a cidade de Brasília e o estado de Goiás, por meio da BR-242. A ponte faz intersecção entre as rodovias federais BR-349 eBR-430. No mesmo contexto surge a BA-160, que liga Lapa à Paratinga.
Em 1991, o santuário completou 300 anos de fundação e, a partir desta data, o fluxo turístico de Bom Jesus da Lapa aumentou, fazendo com que a rede hoteleira do município se desenvolvesse . As cerimônias religiosas passaram a ser transmitidas por emissoras de televisão. A agricultura irrigada, por meio do Projeto Formoso, fez o município se tornar um dos principais produtores de frutos do país, como a banana. A mancha urbana da cidade cresceu em relação à população que vivia na zona rural, enquanto o mercado imobiliário sofreu um crescimento de 500%.
O município se limita com os municípios de Paratinga a norte, Riacho de Santana e Malhada a sul, Macaúbas a leste e Serra do Ramalho e Sítio do Mato a oeste. De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE, o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária de Guanambi e Imediata de Bom Jesus da Lapa. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Bom Jesus da Lapa, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Vale São Franciscano da Bahia.
O relevo do município, com altitude máxima de quatrocentos e oitenta e três metros,é constituído por Pediplano Sertanejo, característico da região de semiárido baiano e de Depressão Sertaneja São Francisco. Geomorfologicamente, predominam formas de depósitos aluvionares, coluvionares e depósitos fluviais.
À margem direita do São Francisco, localiza-se o morro da Lapa, formado por um bloco de granito e calcário com quinze grutas em seu interior e fendas estreitas. O território do município é quase todo plano, surgindo, de vez em quando, no meio das planícies ou tabuleiros alguns montes, de feições típicas. O Rio São Francisco é o principal curso de água de Bom Jesus da Lapa, cujo território, em 70 km é percorrido pelo rio. Além do São Francisco, o Rio Corrente, o Rio das Rãs e o Santana perpassam a região e são afluentes diretos. Os riachos da Pedra Branca, e da Santa Rita são outros cursos d’água que banham a Lapa, além de várias lagoas, das quais destacam-se Piranhas, Lapa, Campos, Batalha, Moita e a Itaberaba. O município também conta com quatro ilhas: Ilha do Medo, Ilha da Cana Brava, Ilha do Fogo e a Ilha da Mariquinha no rio São Francisco, de jurisdição municipal.
O abastecimento de água é feito pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Bom Jesus da Lapa (SAAE), da prefeitura da cidade. Além disso, o município abriga uma unidade da Capitania Fluvial do São Francisco, administrado pela Agência Fluvial de Bom Jesus da Lapa e que abrange várias cidades baianas. Bom Jesus da Lapa faz parte do s polígono das secas desde a criação do decreto-lei que delimitou a região em 1936, ao passo que o desmatamento do bioma na região, entre 2009 e 2010, atingiu a taxa de 0,05% do território que compreende o município. Temporadas de estiagem são comuns na região. No entanto, nos últimos anos, a cidade tem sofrido com a seca cada vez mais frequente. Em 2014, o município declarou situação de emergência. No ano seguinte, Bom Jesus da Lapa enfrentou sua pior seca em cem anos.
História
A região à esquerda e direita do Rio São Francisco, no oeste baiano, do qual Bom Jesus da Lapa se localiza, era ocupada por várias populações indígenas, dentre elas: os tamoios, cataguás, xacriabás, aricobés, tabajaras, amoipira, tupiná, ocren, scragrinha e tupinambás.
Os primeiros registros da chegada portuguesa a Bom Jesus da Lapa datam do século XVI, quando Duarte Coelho Pereira, o capitão donatário de Pernambuco, esteve no morro de Bom Jesus da Lapa, em uma expedição exploratória, entre os anos de 1543 a 1550. Em 1553, João III de Portugal determinou que Tomé de Sousa conhecesse as nascentes do São Francisco. Francisco Bruza Espinosa, residente em Porto Seguro, foi o responsável pela expedição que, segundo estudiosos, pode ter chegado até a cidade, um ano e meio após o seu início. No entanto, não houve ocupação permanente no local por luso descendentes.
A colonização, de fato, ocorreria somente no século seguinte, quando Antônio Guedes de Brito, pecuarista e latifundiário brasileiro, recebeu sesmarias que compreendiam em várias regiões do oeste baiano em agosto de 1663. Esta região, compreendida por municípios como Bom Jesus da Lapa e que se tornou o segundo maior latifúndio do Brasil-colônia, ainda era ocupada por nativos. Guedes de Brito, conhecido pelo desbravamento, foi também reconhecido pela extinção de grande parte desta população utilizando armas. Os indígenas restantes foram escravizados.
Para efetivar sua posse, Brito criou uma bandeira com duzentos homens para fundar fazendas de gado. Muitas grandes propriedades foram criadas, incluindo a Fazenda Morro, também conhecida como Itibiraba, da qual o povoado de Bom Jesus se desenvolveu, mais tarde. Após sua morte, grande parte das posses foram distribuídas a herdeiros e outras regiões foram vendidas. Mas a fazenda Itibiraba permaneceu pelo poder dos Guedes de Brito.
Paralelamente ao processo de colonização, o português Francisco de Mendonça Mar chegou à Bom Jesus da Lapa. Peregrino para uns, andarilho para outros, descobriu um morro à margem direita do Rio São Francisco. Nas redondezas do lugar existiam apenas alguns currais de gado e empregados de Antônio Guedes. Distribuiu os seus bens, fez-se pobre, andou pelo sertão vestido de um grosso burel e carregando uma imagem do Bom Jesus, onde encontrou uma aldeia de índios tapuias. Francisco instalou-se numa gruta na parte interior do morro, onde foi encontrado por garimpeiros. O local virou santuário em1691.
A cidade começou sua existência à sombra do Santuário do Bom Jesus. Mas, com o tempo, foram agregando-se devotos que resolveram fazer sua moradia perto do lugar, onde se achava a imagem do Bom Jesus. O monge construiu, junto ao santuário, um hospital e um asilo para os pobres e doentes, dos quais cuidava. Assim começou a crescer ao lado da lapa do Bom Jesus um povoado, assumindo o mesmo nome de Bom Jesus da Lapa.
Durante o século XVIII, a região de Bom Jesus da Lapa vivia um crescimento. Parte do território da vila Urubu, atual Paratinga, o então povoado era um dos arraiais mais importantes dali. Por meio do Rio São Francisco, viajantes estabeleciam contatos com outras localidades. Além de Urubu, comércios eram feitos com o arraial de Bom Jardim. Em 1734, a região foi mapeada por Joaquim Quaresma Delgado, um sertanista contratado por colonialistas para percorrer o sertão mineiro e baiano.
Por meio do santuário, também, várias cerimônias de casamento e batizados eram realizados. Vários relatos, entre os anos de 1717 a 1781, referiam-se ao morro de Bom Jesus da Lapa. Moradores de outras localidades, tais como Urubu e Bom Jardim, além de freguesias mais distantes, como São Caetano do Japoré, Santo Antônio da Manga e São Francisco da Barra do Rio Grande do Sul, optavam por realizar batizados no santuário que, por meio de ofertas dos fiéis, mantinham escravos. Em 1750, o arraial era formado por cinquenta casas de barro.
Até o século XIX, Bom Jesus da Lapa permaneceu como parte de Urubu, e sofreu com conflitos de banditismo. Até então juiz de paz respeitado pela região, Antônio José Guimarães tornou-se um cangaceiro por conflitos políticos. Um de seus interesses era ter o controle de Bom Jesus da Lapa e, para isso, formou jagunços e teve, em sua equipe, o padre Francisco Alves Pacheco. Por anos, invadiu localidades como Urubu, Carinhanha e Januária, até ser morto na Província de Goiás em 1854.
Em 1852, Bom Jesus da Lapa recebeu a visita de um grupo de geólogos austríacos, responsáveis por um relatório da região. Naquela época, o arraial de Bom Jesus contava com duzentos e cinquenta habitantes distribuídos em 128 casas. Em 1870, a população cresceu, e contava com 1.400 pessoas em 405 residências. Bom Jesus contava também, naquele ano, com uma delegacia.
Clima
O clima lapense é caracterizado, segundo o IBGE, como sub úmido seco semiárido (, com temperatura média compensada anual de 25°C e pluviosidade média de 800 mm/ano, concentrados entre os meses de novembro e março, sendo dezembro o mês de maior precipitação. Julho é o mês mais seco, com precipitação nula, e ao mesmo tempo o mais ameno, com mínimas caindo para 17 °C ou até menos. O mês mais quente é outubro, com máximas chegando aos 35°C. Outono e primavera são estações de transição. Nos meses de inverno, época mais seca do ano, a umidade relativa do ar cai para níveis críticos, podendo ficar em nível de alerta, abaixo dos 20%.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1969 e 1970 e a partir de 1973.
A menor temperatura registrada em Bom Jesus da Lapa foi de 8,9°C em 21 de junho de 1978 e a maior atingiu 41,7°C em 22 de outubro de 2015. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 180,6 mm em 15 de dezembro de 2000. Outros grandes acumulados iguais ou superiores a 100mm foram: 137mm em 3 de dezembro de 2011, 102,7mm em 2 de fevereiro de 1979, 101,4mm em 18 de janeiro de 2004 e 100,8mm em 4 de dezembro de 1988. O índice mais baixo de umidade relativa do ar ocorreu nas tardes dos dias 7 de outubro de 1969, 15 de setembro de 1973 e 23 de julho de 1980, de apenas 11%.
Demografia
A população de Bom Jesus da Lapa no censo demográfico de 2020 era de 69.662 habitantes, sendo o trigésimo município mais populoso da Bahia, apresentando uma densidade populacional de 15,11hab./km². Desse total, 10.905 habitantes viviam na zona urbana (37%) e 18.599 na zona rural (63%). Ao mesmo tempo, 31.616 eram do sexo masculino (49,78%) e 31.804 do sexo feminino (50,07%), tendo uma razão de sexo de 99,6.Quanto à faixa etária, 18.544 habitantes tinham menos de 15 anos (29,1%), 39.303 entre 15 e 59 anos (61,8%) e 5.633 possuíam 65 anos ou mais (8,86%).
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) do município é considerado médio, de acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Segundo dados do relatório de 2010, divulgado em 2013, seu valor era de 0,633, sendo o sexagésimo primeiro da Bahia (PNUD) e o 3.433º do Brasil.
Considerando-se apenas o índice de longevidade, seu valor é de 0,775, o valor do índice de renda é de 0,615 e o de educação é de 0,533. No período de 2000 a 2010, o índice de Gini reduziu de 0,63 para 0,60 e a proporção de pessoas com renda domiciliar per capita de até R$ 140 passou de 56,28% para 35,74%. Em 2010, 46,6% da população vivia acima da linha de pobreza, 35,74% entre as linhas de indigência e de pobreza e 17,60% abaixo da linha de indigência. Em 2010, 62,4% da população era economicamente ativa e ocupada.
Etnias e Migração
Bom Jesus da Lapa foi formada predominantemente, no século XVII, por portugueses, africanos e indígenas. Grande parte dos nativos, originais do oeste baiano, foram mortos, mas a parcela restante foi escravizada juntamente com descendentes de africanos. Outros indivíduos que fugiam do processo de escravidão constituíram quilombos. Bom Jesus da Lapa conta com várias comunidades quilombolas. Durante a década de 1970, entidades e pessoas físicas passaram a lutar pelo reconhecimento de locais específicos. Um conflito que envolveu a comunidade Rio das Rãs, em 1977, noticiada pela imprensa brasileira, foi um dos primeiros registros do gênero. Na ocasião, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bom Jesus da Lapa denunciaram o fazendeiro Carlos Teixeira que, segundo eles, agia com violência contra posseiros. A situação se arrastou com um longo processo judicial que teve fim em 2000. Naquele ano, o território foi reconhecido pela Fundação Cultural Palmares em favor dos membros da comunidade.
Em 1996, foi fundada a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), cuja sede foi Bom Jesus da Lapa. Em 2015, a cidade contava com várias comunidades. Dentre elas, Rio das Rãs, Piranhas, Fazenda Batalha Alagoinhas, Bandeira, Barreira, Batalhinha, Bebedouro, Campo Grande I e II, Capão da Areia, Cariacá / Aracá, Fazenda Batalha, Fazenda Jatobá, Fazenda Volta, Fortaleza, Juá, Lagoa do Peixe, Macaco, Nova Batalhinha, Nova Volta, Patos, Pedras, Peixes, Santa Rita, Mumbuca e Samambaia.
Religião
Conforme divisão oficial da Igreja Católica, Bom Jesus da Lapa está inserida na Diocese de Bom Jesus da Lapa. O Santuário do Bom Jesus da Lapa, cujo padroeiro é Senhor Bom Jesus, foi criada ainda no século XVII e em 1991 completou trezentos anos de existência. No censo de 2010 o catolicismo romano era a religião da maioria da população, com 49.812 adeptos, ou 78,47% dos habitantes.
Bom Jesus da Lapa também possui alguns credos protestantes ou reformados. Em 2010, 10.266 habitantes se declararam evangélicos (16,17%), sendo que 5,903 pertenciam às evangélicas de origem pentecostal (9,30%), 2.876 às evangélicas de missão (4,73%) e 1.486 a igrejas evangélicas não determinadas (2,34%). Das igrejas evangélicas pentecostais, 2.121 pertenciam à Assembleia de Deus (3,34%), 640 à Congregação Cristã do Brasil (1,01%), 501 à Igreja Universal do Reino de Deus (0,79%), 186 à Igreja do Evangelho Quadrangular (0,29%), 194 à Igreja Deus é Amor (0,31%). Em relação às evangélicas de missão, 2.399 eram batistas (3,78%), 119 presbiterianos (0,19%) e 317 adventistas (0,50%).
Além do catolicismo romano e do protestantismo, também existiam 201 espíritas (0,32%), e 510 testemunhas de Jeová (0,80%). Outros 2.221 não tinham religião(3,50%).
SUBDIVISÕES
Bom Jesus da Lapa era parte do território de Paratinga. Quando emancipado, em 1890, o município era composto apenas pelo distrito sede. O segundo distrito de Bom Jesus da Lapa surgiu em 1933, de nome Sítio do Mato. O terceiro distrito da cidade, Gameleira da Lapa, surgiu em 1955. Esta divisão permaneceu até em 1989, quando os distritos foram desmembrados para criar a cidade de Sítio do Mato, restando então apenas a sede municipal. Em 2003, Bom Jesus da Lapa ganhou mais um distrito, com a fundação de Favelândia. A divisão do IBGE de 2010 também leva em consideração o distrito de Formoso, onde está situado o Projeto Formoso.
Em 2015, Bom Jesus da Lapa era formada por trinta bairros, os quais eram: Centro, Amaralina, Barrinha, Beira Rio, Cavalhadas, João Paulo II, Jurema, Guarani, Lagoa Grande, Loteamento Mirante da Lapa, Loteamento Nova Lapa, Loteamento São Conrado, Magalhães Neto, Maravilhas I e II, Maribondo, Nova Brasília, Nova Jerusalém (Campinhos), Parque Verde, Residenciais Primaveras I e II, Residencial B. J. da Lapa, Salinas, São Gotardo, São João, São Miguel, Senhora da Soledade, Shangri-lá, Vila Nova e Residencial Vale Verde.
Economia
Bom Jesus da Lapa é uma das maiores produtoras de frutas no Brasil.
Como uma cidade que teve sua história diretamente relacionada ao catolicismo, uma das principais fontes de renda do município é o turismo religioso. Estima-se que, a cada ano, Bom Jesus da Lapa receba dois milhões de pessoas, cujo interesse principal é de participar da romaria e visitar o Santuário do Bom Jesus da Lapa.
O município também se destaca na agricultura irrigada. O Projeto Formoso, que é de grande importância para a agricultura e umas da principais fontes de emprego e renda para as cidades de Bom Jesus da Lapa, Serra do Ramalho e Sítio do Mato, é um perímetro com infraestrutura direcionada para a agricultura irrigada formado por dois setores, Formoso A e Formoso H, constando de duas estações de bombeamento principal, 29 estações de bombeamento secundárias, 82,72 km de canais de concreto a céu aberto, 288,82 quilômetros de estradas e 119,89 quilômetros de drenos. São cerca de 1.165 lotes irrigados em uma área de 12 mil hectares.
Em 2013, o Produto Interno Bruto do município de Bom Jesus da Lapa era de R$ 543.183 mil reais, dos quais R$ 250.028 mil do setor terciário; R$ 159.308 mil da administração, saúde e educação e seguridade social; R$ 41.439 mil de impostos sobre produtos líquidos de subsídios a preços correntes; R$ 21.536 mil da indústria e R$ 70.873 mil do setor primário. O PIB per capita era de R$ 7.955,00.
Segundo o IBGE, em 2013 o município possuía um rebanho de 28.365 galináceos (frangos, galinhas, galos e pintinhos), 61.174 bovinos, 1.095 ovinos, 7.675 caprinos, 70.457suínos e 2.150 equinos. Na lavoura temporária de 2014 foram produzidos cana-de-açúcar (10.500t), mandioca (28.600t), milho (8.700 t), feijão 4.056 t), sorgo (1.200) e mamona (5 t), e na lavoura permanente coco-da-baía (2.560 mil frutos), banana (130.267t), mamão (7.992 t), manga (3.900 t, maracujá (990t),goiaba (300 t), tangerina (130) e cacau (14t). Ainda no mesmo ano o município também produziu 7.006 mil de leite de litros de 12.400 vacas ordenhadas; noventa e dois mil dúzias de ovos de galinha e 3.475 quilos de mel de abelha.
Em 2010, considerando-se a população municipal com idade igual ou superior a dezoito anos, 62,4% eram economicamente ativas ocupadas, 26,8% inativas e 10,8% ativas desocupadas. Ainda no mesmo ano, levando-se em conta a população ativa ocupada na mesma faixa etária, 38,77% trabalhavam no setor de serviços, 18,36% no comércio, 28,47% na agropecuária, 6,22% na construção civil, 3,33% em indústrias de transformação e 1,05% na utilidade pública. Conforme a Estatística do Cadastral de Empresas de 2014, Bom Jesus da Lapa possuía, no ano de 2014, 1.545 unidades locais, 1.504 delas atuantes. Salários juntamente com outras remunerações somavam 124.021 mil reais e o salário médio mensal de todo o município era de 1,9 salários mínimos.
Cultura e Turismo
Bom Jesus da Lapa conta com vários pontos turísticos. O principal deles é o Santuário do Bom Jesus da Lapa que atrai, por ano, cerca de 2 milhões de pessoas e torna a romaria que ocorre na cidade a terceira maior do Brasil. Além da gruta principal, o Morro de Bom Jesus da Lapa conta com outras quinze grutas que podem ser visitadas. Além disso, também ocorrem práticas de rapel no morro. A Romaria do Bom Jesus e de Nossa Senhora da Soledade a cada ano traz inúmeros romeiros para pagar suas promessas. Outros pontos são a Barrinha de Bom Jesus da Lapa, às margens do São Francisco; o Mercado Municipal de Bom Jesus da Lapa, com produtos alimentícios; Barrinha, com comidas típicas; o Teatro Municipal Professora Ivonildes de Melo; a Casa de Cultura Professor Antônio Barbosa que abriga a Biblioteca Municipal Eleonor Magalhães Cézar; o Museu do Santuário; o Abrigo dos Pobres e a barca Vila Nova. O município conta com mais de onze mil leitos distribuídos em pousadas, dormitórios, hotéis e estabelecimentos do gênero.
Outras manifestações culturais encontradas em Bom Jesus da Lapa são a Folia de Reis que abriga, também, comidas típicas e a Festa do Divino Espírito Santo, que ocorre cinquenta dias após a comemoração da páscoa. As manifestações culturais como a Marujada da Chegança, O termos de Reis, Ternos das Borboletas, Capoeira, Maculelê, Caretagem, Lavadeiras, Baianas da Lapa, Terreiros de Axé, samba de roda, grupos de dança, teatro, artesanato, artes plásticas, empresas culturais, pontos de cultura. A cidade é terra natal de alguns artistas que obtiveram relevância regional, nacional ou mesmo internacional, tais como o cantor e compositor Carlos Villela, Paulo Araújo e Mourão Di Privintina, Zeca Bahia, Paulo Gabiru, a escritora Állex Leilla, o atleta olímpico Eronilde Araújo, o futebolista Hernane Vidal de Souza, o Artista Plástico Léo Costa, Produtor Péricles Itamar Cardoso, a Produtora cultural Tokinha Cruz, e o Produtor, Diretor de Teatro e Produtor Cultural João Paulo Lelis.
A culinária lapense é encontrada em vários restaurantes e tem, como prato típico, a moqueca de peixe, preparada em tigelas de barro, a galinha caipira, o acarajé. No município também está a Casa da Cultura de Bom Jesus da Lapa. Fundada a partir de um casarão datado de 1916, o espaço conta com a biblioteca pública Leonor Magalhães Cézar e a academia de letras da cidade. O prédio foi reformado pela prefeitura de Bom Jesus da Lapa em 2016.
Bom Jesus da Lapa contém um campeonato de futebol amador e também conta com uma seleção que disputa o Campeonato Baiano Intermunicipal de Futebol. Além disso, a cidade possui o estádio Benjamin Farah, com capacidade para quatro mil pessoas.